“Você lideraria uma empresa onde todos têm voz?”
Liderar com base em princípios parece bonito no papel, mas… e na prática?
No episódio mais recente do podcast Liderança Atemporal, da Escola Atemporal, Carlos Foz — Chairman do AndBank e nome de peso no mercado financeiro — nos convida a encarar uma verdade desconfortável: a maioria das empresas ainda contrata currículos, e não pessoas.
E é aí que começa a ruir a liderança.
Com mais de 30 anos de trajetória, Carlos não fala do que leu em livros — fala do que viveu. E viveu muito. De DJ a executivo de alto escalão, passando por fusões complicadas, crises históricas e decisões que poderiam ter quebrado empresas inteiras. Em vez disso, construiu times que atravessaram tudo juntos. Sim, juntos.
“Você sabe quem segura a empresa quando você está fora?”
A pergunta é dele — e incomoda. Porque a resposta talvez seja: ninguém. Ou pior, alguém que não compartilha seus princípios.
Carlos conta como cultivou uma cultura onde os executivos não pediam demissão. Eles simplesmente não iam embora. E quando ele foi para outro banco, levaram a cultura com eles. Por quê? Porque ela era real. Porque ela era vivida. Porque eles acreditavam nela.
“Contratei primeiro pessoas, depois profissionais.”
E se essa simples inversão mudasse tudo? E se a confiança viesse antes da performance? E se a cultura fosse construída em conversas sobre família, esporte, propósito — antes mesmo de abrir o LinkedIn?
Essa conversa derruba mitos.
“Se você não destruir sua empresa, o mercado vai fazer isso por você.”
Essa frase podia estar em qualquer palestra de inovação. Mas dita por alguém que viveu isso na pele, ela ganha outra força. Carlos defende um princípio que deveria deixar qualquer CEO inquieto: a destruição precisa ser interna e voluntária. Do contrário, ela virá de fora. E aí, pode não ter cultura que aguente.
Quer ouvir a voz da geração Z? Deixe ela falar.
Ao contrário do que muita gente diz por aí, Carlos não acredita que a geração Z seja “preguiçosa” ou “sem ambição”. Ele lembra: toda geração anterior criticou a seguinte.
A diferença é que agora, os mais jovens têm microfone — e isso incomoda. Mas ele também provoca: será que as lideranças estão preparadas para escutar, de verdade?
“O primeiro a bater na minha sala foi o motoboy.”
Logo depois de assumir como CEO e anunciar que teria portas abertas, quem entrou foi o motoboy. Ele tinha uma sugestão — e estava certo. O que ele viu na rua virou uma mudança estratégica no banco. Essa é a liderança que Carlos pratica. Uma onde qualquer um pode contribuir. Se tiver o que dizer, será ouvido.
E você, teria coragem de liderar assim?
Se sua liderança ainda está baseada em controle, ego e métricas vazias, cuidado. Pode parecer firme por fora, mas é incoerente por dentro. Esse episódio é um chamado à transformação real.
Não para líderes perfeitos. E sim para líderes corajosos o suficiente para começar de novo — de dentro para fora.